quinta-feira, 19 de junho de 2008

DIÁRIO DE BORDO

Coimbra, 13 de Junho de 2008

Nesta jornada inicia-se uma nova etapa: o aprofundar das cenas colectivas. Embora já tenham vindo a ser desenvolvidas, é necessário aprofundá-las e alcançar uma essência que seja clara e objectiva: que estabeleça o máximo de comunicação. Assim, os zanni desenvolvem os momentos colectivos da recriação da história a que se propõem contar. Neste caso, o desenvolvimento da caçada para a qual vai D. Pedro e durante a qual Inês de Castro será morta.
Também neste momento colectivo se dá especial valor ao gesto e à acção acompanhados da música enquadrada no universo dos zanni. Outra recorrência é a das onomatopeias, que ajudam tanto os actores como os espectadores a situarem-se no espaço – tempo da acção.
Outro momento privilegiado e desenvolvido nesta sessão, é o da apresentação inicial dos zanni, que se insere no momento anterior ao de se iniciar a realização da história. Numa sequência corporal e sonora, as personagens apresentam-se breve e convidativamente, abrindo o espectáculo.
Uma vez que se procuram enquadrar no ambiente de rua a que se propõem comunicar, tudo se tem de tornar claro e sonoro o suficiente para uma democratização da informação. Não se cingem a uma energia que abranja apenas um pequeno número de espectadores. Pelo contrário, tudo é estudado para que se atenda à máxima comunicação, inerente e indispensável a um espaço de rua que caracteristicamente tende a ser barulhento, amplo e desorganizado. Só com essa clareza e amplitude de gesto e som se conseguirá romper com o caos dominante num espaço de rua e criar um outro espaço – tempo.
A busca das Gaivotas é continuamente feita, quer ao nível do conteúdo, quer ao nível estético, no sentido de potenciar a comunicação e de a democratizar.

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