sábado, 28 de junho de 2008

DIÁRIO DE BORDO

Coimbra, 25 de Junho de 2008


Este novo dia trazia consigo um grande desafio: num lugar onde impera a dispersão, cruzamento de pessoas, movimento constante, As Gaivotas pretendem criar espaço de comunicação e atenção…As pessoas vêm ao seu encontro para ver o que se passa. Quando o bando pára a combinar novo objectivo, as pessoas juntam-se e participam dando opiniões. A corrida de As Gaivotas, movimentando-se em grupo pela baixa, rompe com o normal quotidiano… são várias as interacções… Depois de percorrerem parte da baixa, várias pessoas começam a formar público em redor da área de representação.


Embora houvesse aderência por parte dos espectadores, a dispersão característica do espaço fazia com que por vezes a área de representação estivesse distante do público, de vez em quando algum transeunte apressado atravessava a visibilidade para a área de jogo…















A reacção do público foi boa. Chegam mais pessoas que se colocam em redor da área de representação. Depois de aproximarem a área de jogo do público, em bando, novamente retornam a movimentar-se em grupo: o espectáculo recomeçará.

Seguem tocando a sua música, criando as suas situações de ficção… o público adere. Desta vez o foco de atenção estava menos disperso… o público estava inclusivamente mais concentrado espacialmente… As únicas interrupções eram interacções que aconteciam na consequência da ficção apresentada… comentários… risos…transeuntes que decidem parar para atentar o espectáculo… público que viu a representação anterior e chama a atenção dos outros para os momentos que mais gosta…
Pode-se dizer que com a intervenção de As Gaivotas aquele espaço mudou… animou o quotidiano… Alguém do público, no final de assistir às representações, comentava: Valha-nos isto para nos rirmos um bocadito. É pretensão de As Gaivotas a vivência e convivência do momento presente, num outro espaço – tempo, o ficcional…que só se constrói através da interacção público – espectadores…Essa comunicação aconteceu também neste dia… As Gaivotas transformaram o seu espaço envolvente…criaram, juntamente com quem atentou as suas acções, um momento extra – quotidiano…

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