sábado, 28 de junho de 2008

DIÁRIO DE BORDO

Coimbra, 24 de Junho de 2008

Esta nova jornada inicia-se com os zanni a percorrerem o seguinte itinerário: do pólo II da E.S.E.C. até ao Pátio da Inquisição. Pelo caminho, vão fazendo com que quem passa pare, curioso, interaja com as personagens, brinque com elas.
Este dia marca uma nova etapa do processo de trabalho que As Gaivotas têm vindo a desenvolver. O presente processo não contempla exclusivamente a criação de um espectáculo, não ficando unicamente balizado no sentido de uma apresentação final. Mas o espectáculo é também consequência do processo de trabalho e objectivo deste projecto: a comunicação com um público que decide constituir-se e comungar num outro espaço – tempo, o ficcional. A realização do espectáculo marca uma nova etapa de aprendizagem, uma nova fase da metodologia regente da realização criativa. Assim, pela primeira vez, na terça-feira, 24 de Junho, pelas 22 horas no Pátio da Inquisição, os zanni realizaram o seu espectáculo para um público que, inicialmente disperso pelo pátio, acaba por se constituir em torno da área de representação.
Os zanni, em bando, precipitam-se pelo pátio, animando o espaço e aliciando as pessoas a constituírem-se como público. A atenção é focada na área onde ocorrerá o espectáculo. O espectáculo começa. O público interage e atenta nos passos seguintes das personagens. Há risos nos vários lazzi que se vão sucedendo, nos momentos de ligação dos lazzi. Cada personagem marca a sua personalidade perante o público e este acaba por interagir com cada uma delas. Expectantes, seguem os momentos criados pelas personagens, que agem ora isoladamente (nos seus lazzi), ora em grupo…
O ritmo segue, ora com os conflitos individuais, ora com os momentos musicais, que marcam o universo musical das personagens. O público mostra-se receptivo e divertido… No final do espectáculo, os rostos divertidos vão-se dispersando e o pátio vai-se tornando novamente um espaço de dia-a-dia… Um momento mágico foi criado e teve o seu tempo de partilha e comunicação… As Gaivotas conseguiram, juntamente com o público, criar um momento fora da realidade quotidiana, um momento de ficção, momento em que nos transportamos para a realidade ficcional criada…

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